quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Valeu Brasil!

Voltando de carnaval, vamos ao que interessa: Resultados finais da Etapa Qualificatória das Américas para a Thomas/Uber Cup.

Como eu havia previsto, o Brasil se classificou para a fase semi-final, mas não em primeiro lugar. Perdeu o confronto com o Canadá por 3-2 e acabou enfrentando o primeiro colocado do grupo B, a Guatemala. Infelizmente, nossa seleção caiu por 3 partidas a 0 (Daniel perdeu para Kevin Cordon por 2x0, Alex perdeu para Rodolfo Ramirez por 2x0 e o Luiz perdeu para Heymard Humblers, mas foi o único que conseguiu tirar um set dos caras) e ficou com a quarta colocação. Na final, a seleção norte-americana venceu os guatemaltecos por 3-1 e carimbaram o passaporte para ir disputar a final mundial na China.

Com as meninas, consegui acertar na mosca, mas o meu desejo de um Top2 ainda terá que esperar mais dois anos. As brasileiras venceram a Seleção de Porto Rico por 4-1 e Barbados por 5-0, mas perderam para as canadenses e norte-americanas por 5-0 nas duas partidas. Como esperado, a disputa para a medalha de ouro e a vaga para a final mundial, ficou entre os vizinhos Estados Unidos e Canadá, mas a Seleção Brasileira conseguiu uma inédita medalha de bronze na Uber Cup! Na 'final', o jogo foi pegado, as canadenses estiveram na frente no placar por duas vezes, mas as americanas trataram de encontrar seu melhor jogo e fecharam na última e decisiva partida, quando a dupla formada por Rena Wang e Jamie Subandhi atropelaram Joycelin Ko e Grace Gao por 21-6 e 21-8.

Resumindo: Era o resultado esperado? Claro que não. Todo mundo quer ser campeão do torneio, mas não se pode desvalorizar todo o trabalho que vem sendo feito com o grupo e jogar os atletas no lixo. É claro que não vi os jogos, mas tenho certeza que dedicação e vontade de vencer do grupo todo, não faltou em nenhum ponto disputado lá em Los Angeles. E tenho certeza que todos que estavam lá vão continuar com tudo em 2012. Agora é levantar a cabeça e ir buscar melhores resultados.

Em tempo: Resultados do Austrian International Challenge 2012: O Toledo (Filipe) perdeu por 2x0 no torneio qualificatório, para o sueco Mikael Westerback por 21-7 e 21-6. O mesmo Westerback perdeu na rodada seguinte para o indiano Srikanth K. por 21-15 e 22-20. O Daniel (Paiola) também estará lá e na estréia, na próxima quinta-feira (23), enfrenta o israelense Misha Zilberman na primeira rodada da chave principal.

VAI BRASIL!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Thomas/Uber Cup 2012

Começa hoje, sexta-feira (17), em Los Angeles a qualificatória continental da Thomas/Uber Cup, evento disputado entre equipes do mesmo sexo (homens na Thomas e mulheres na Uber), onde o vencedor ganha o direito de representar as américas na final mundial que será disputada em Maio, na China.

Na Thomas Cup, o Brasil está no Grupo A, ao lado de Canadá, Barbados e Suriname. Eu acho que uma classificação para a semi-final é muito possível, e acho que a seleção vai jogar para se classificar em 1º lugar para jogar com o 2º lugar do Grupo B, que tem Estados Unidos, Jamaica, Guatemala e Porto Rico. Na foto ao lado, Osleni Guerrero (Cuba), Kevin Cordón (Guatemala), Daniel Paiola (Brasil) e Charles Pyne (Jamaica) na cerimônia de premiação do Pan-Americano, em Guadalajara em 2011. Dos 4, apenas o cubano não estará presente no evento.

Na minha visão, do Grupo A, se classificariam Brasil e Canadá, respectivamente, enquanto no Grupo B, Estados Unidos e Guatemala. Não tenho, evidentemente, bola de cristal para saber como estarão os atletas durante a competição. Mas acho que o Brasil está bem preparado e tem condições de vencer a Guatemala em um eventual encontro nas semi's.

Já na Uber Cup, apenas 5 países se inscreveram, tornando o torneio um pouco mais curto, mas não menos emocionante. Junto com o Brasil, estão Canadá, Estados Unidos, Porto Rico e Barbados. As mulheres vão fazer o Round Robin (onde todas equipes se enfrentam) ao longo dos 3 dias de competição. A equipe vencedora ao final, logicamente fica com a vaga. Creio que as brasileiras tem chance de ficar entre as 3 primeiras colocadas e até acho que possam brigar por um Top2.

Quem quiser acessar a tabela online do torneio, é só clicar aqui

Assim que conseguir mais notícias e fotos vou postando por aqui!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Exportação tipo Brasil - De olho em Rio16

De vários anos para cá, vimos diversos brasileiros em diversas modalidades se aventurarem por solos estrangeiros para treinar, viver e disputar torneios do esporte em questão. É o caso de jogadores como Kaká, do futebol, que trocou São Paulo por Milão e hoje se encontra em Madrid; Giba, do vôlei, morou por vários anos na Rússia. No badminton, não foi diferente: Em 2008, Daniel Paiola se mudou para Portugal para treinar na Ilha da Madeira, em busca de uma vaga inédita nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. De 4 anos para cá, Paiola rodou o globo. Jogou dois campeonatos mundiais (França em 2010 e Inglaterra em 2011), passou por países como África do Sul, Estados Unidos, Espanha, Marrocos, Colômbia, Ilhas Mauricio, entre outros. Com alguns títulos e bons resultados em torneios ao longos desses anos, a bandeira do Brasil se tornou uma constante no circuito mundial.

Mas a ideia de representar o Brasil em uma edição dos Jogos Olímpicos felizmente não é exclusividade do Daniel. Outros atletas brazukas estão indo mundo afora para treinarem, buscando resultados positivos e na esperança de uma vaga nos jogos do Rio de Janeiro 2016. Na sexta-feira(10 de fevereiro) fiquei sabendo que meu companheiro de clube, Alex Tjong, vai se mudar para um país que é uma das maiores potências do badminton mundial: A China, na cidade de Guangzhou. Meu chará Filipe Toledo, da Academia São Paulo de Badminton se mudará para a República Tcheca junto com a Yasmin, da Fonte São Paulo, que atualmente mora na Malásia.

Conversando com o Toledo, deu pra notar que quem crescer aqui no Brasil tem que ter a famosa 'bala na agulha'. Por que? Porque se não temos material humano como bons sparrings para competir com os 'gringos', temos que ir para o exterior. "Para me preparar para os jogos do Rio de Janeiro, em 2016, vou começar este ciclo na Europa, onde vou ficar por 3 meses, treinando na República Tcheca e também jogarei alguns torneios internacionais em países como Áustria, Croácia, Polônia, Romênia e possivelmente na Finlândia também." E por que a República Tcheca? "No ano passado, durante o Brazil International, recebi um jogador de lá, o Jan Frölich, na minha casa. Depois de muita conversa, chegamos ao assunto das Olimpíadas e falei pra ele que meu sonho é jogar este torneio. Foi quando ele me convidou e eu topei na hora."Perguntei pra ele sobre o investimento. A resposta é como já imaginava: Viagem paga com dinheiro do próprio bolso e sem nenhum incentivo do governo. Vale lembrar também que ele foi campeão na categoria Dupla Masculina da edição do Torneio Nacional que aconteceu em Campinas/SP em 3 e 4 de dezembro do ano passado junto com o Thomas Moretti, onde a dupla vencedora poderia pedir o benefício Bolsa Atleta. Nesse caso, o pedido já foi feito e como disse o Filipe, consta como documentação atendida e só.

Ao todo, nas minhas contas, são 4 brasileiros se aventurando por aí. Quem agradece é o esporte, como um todo, que cada vez mais conta com brasileiros levando o verde e amarelo para o mundo, mostrando que o Brasil não é só samba, mulatas e futebol.

E por que esse êxodo? A resposta para alguns é óbvia, para outros, nem tanto. Há quem diga que o Brasil tem grande capacidade técnica para aperfeiçoar os nossos atletas. E eu concordo com isso. Porém concordo a longo prazo, pois enquanto tempos poucos técnicos com excelente capacitação técnica neste Brazilzão, o número de pessoas que tratam o badminton com pouco interesse é grande. Mas essa é uma outra conversa para uma outra hora.

Enfim, vocês entenderam. Se não, deixo aqui a minha linha de pensamento: Estamos a 4 anos de Rio16. Existe um abismo de diferença técnica, física, mental entre os atletas tanto da Europa e Ásia com atletas de outros países, inclusive o nosso. Os atletas não podem fazer planos a curto prazo, então, a opção mais adequada é optar por medidas drásticas, como ir treinar em grandes polos do esporte, como países destes continentes, que são referência, para correr atrás do tempo perdido e tentar uma classificação para a edição de 2016 dos Jogos Olímpicos.

Para não dizer que só estou criticando a falta de investimento nos atletas nacionais, vale lembrar que em 2011 quatro atletas e o treinador da Seleção Brasileira de Badminton viveram por sete meses na Malásia, onde o esporte é paixão nacional e conta com representantes nas primeiras posições do ranking mundial nas cinco modalidades. Lá fizeram treinamentos intensos com grandes técnicos e puderam saber como funciona o badminton na Ásia.

Deixo aqui meu desejo de boa sorte e muito sucesso para os que estão indo mais uma vez para fora (Alex e Filipe) e para os que já estão por aí (Daniel e Yasmin). Sei que a vontade de representar o Brasil em uma Olimpíada realizada em solo brasileiro é muito maior do que qualquer coisa. Não abaixem a cabeça e sigam firme com o sonho de vocês.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Trailer do All-Engand Open 2012

A organização do All England Open publicou na internet nesta sexta-feira o trailer do evento anual que acontece no All England Club, em Londres.

Com cenas da edição de 2011 e alguns outros torneios, o trailer é um bom aperitivo para o torneio que começa no dia 6 de março e vai até o dia 11, em Birmigham, na Inglaterra.



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Começando 2012 com o pé MUITO esquerdo

Um blog novo, com novas idéias e propostas, mas o assunto continua sendo o mesmo. O badminton.

A Confederação Brasileira de Badminton passa por maus bocados há um bom tempo e isso não é novidade para ninguém. O processo das eleições para a presidência da entidade se arrasta há quase um ano e antes disso o presidente caiu pela não realização de uma assembléia que comprovasse os gastos da Confederação. Maravilha.

Ontem, quarta-feira (8 de fevereiro de 2012) abri a página do Globoesporte.com e achei uma notícia pesada para os atletas do badminton. A matéria era encabeçada pela seguinte manchete: Sem apoio, badminton tem atletas em lista de barrados por dívida de R$9mil (clique aqui para acessar a matéria).

Nada do que está escrito lá me surpreende. Afinal, no texto está escrito "... a entidade se encontra com uma dívida em torno de R$ 9 mil e sem dinheiro em caixa para pagar. Sem patrocinadores e sobrevivendo unicamente com a verba da Lei Agnelo/Piva, que não pode ser usada em pagamento de multas, a Confederação viu sete de seus principais nomes em atividade serem incluídos em uma lista de barrados em torneios internacionais. Inclusive nos classificatórios para os Jogos de Londres." mas muito me surpreende acontecer o que aconteceu nas vésperas dos Jogos de Londres 2012, quando o Brasil está perto de chegar a uma conquista inédita em sua história esportiva, com Daniel Paiola muito próximo da vaga olímpica.

Não criei esse texto para criticar os atletas que se enquadram na lista de barrados, afinal eu também estou nela por não participar do torneio Brazil International, realizado em setembro de 2011, em São Paulo. Se os WO's aconteceram, é porque todos os atletas tiveram uma boa razão.

O que me surpreende é que no Brasil as outras confederações correm atrás de seus patrocínios e recursos. É só vermos casos de CBF (futebol), que coleciona patrocínios, como Nike, Itaú, Vivo, Guaraná Antártica, entre outros. A CBV (vôlei), por sua vez conta com patrocínio da Olimpikus, Banco do Brasil, GOL Linhas Aéreas e mais algumas. A CBB (basquete) é patrocinada pela Nike, Eletrobrás, Bradesco entre outros. Mas aí eu penso que terá aquele cara chato que vai fazer aquela mesma comparação de sempre: Mas o badminton é pequeno no Brasil, não tem a mesma visibilidade dos outros esportes. Sim, isso é verdade, mas estamos fadados a ficar na sombra dos grandes esportes? Por que o badminton não pode ser grande? Na Inglaterra onde a paixão pelo futebol é enorme, não existe um cidadão sequer que não saiba o que é badminton. Mais: A imprensa esportiva sempre tem em sua pauta uma matéria sobre badminton, seja ela em um jornal impresso ou audiovisual. Na Ásia, pelo que me disseram, partidas de badminton são transmitidas pela televisão e todos vão a bares, assim como nós vamos aos butecos ver os jogos da Seleção Brasileira de Futebol em telões. Ou seja, o badminton nestes países está sempre em evidência. Ou seja, todo mundo sabe da existência do esporte. Seja quando um grande resultado é alcançado ou fracasso acontece. O que torna as coisas muito mais fáceis para se conseguir um patrocinador, investidor, parceiro etc.

É sabido que a Cbbd passa por uma fase de transição e conta com uma pessoa que não podemos chamar de Presidente, mas está fazendo o trabalho de um, dentro de suas limitações. O que me chama a atenção, porém, é que desde que comecei a jogar competitivamente, em 2007, nunca fizeram mudanças significativas no site da confederação é nunca ninguém lá de dentro se importar em buscar recursos para o esporte. Eu me lembro que após o Pan07, quando o Brasil conquistou a primeira medalha (de bronze, com Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo), era dito por aí que o investimento no badminton dobraria, sairia de um investimento de 0,5% para um investimento de 1% por ano do COB através da lei Agnelo/Piva. Se isso é mentira, não sei. Se é verdade, também não sei. Mas se nosso esporte está vivendo com essa baixa condição financeira, já passou da hora para corrermos atrás.

Sem patrocinadores e sobrevivendo unicamente com a verba da Lei Agnelo/Piva, que não pode ser usada em pagamento de multas, a Confederação viu sete de seus principais nomes em atividade serem incluídos em uma lista de barrados em torneios internacionais. Inclusive nos classificatórios para os Jogos de Londres."

Que fique claro que não estou criticando os atletas da seleção nacional que deram WO. O intuito deste texto é tornar (mais) conhecido o problema financeiro do badminton e a "preguiça" em angariar fundos para o desenvolvimento do esporte.

Como já disse lá em cima, estou na lista de atletas com pendência para com a entidade. Até o final da próxima semana resolverei o problema.

E agora é isso aí, faltam 5 ou 6 meses para as Olimpíadas, não temos presidente, não temos dinheiro e nossas chances de classificação estão reduzindo. Só deixo aqui meu apoio a TODOS os atletas do Brasil que sabem dos problemas enfrentados e que de uma forma ou de outra afetam o badminton, e que não desanimem jamais. O esporte é muito maior que isso.


Correções, críticas, comentários SERÃO SEMPRE ACEITOS neste blog, no espaço destinado para tais.