quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Começando 2012 com o pé MUITO esquerdo

Um blog novo, com novas idéias e propostas, mas o assunto continua sendo o mesmo. O badminton.

A Confederação Brasileira de Badminton passa por maus bocados há um bom tempo e isso não é novidade para ninguém. O processo das eleições para a presidência da entidade se arrasta há quase um ano e antes disso o presidente caiu pela não realização de uma assembléia que comprovasse os gastos da Confederação. Maravilha.

Ontem, quarta-feira (8 de fevereiro de 2012) abri a página do Globoesporte.com e achei uma notícia pesada para os atletas do badminton. A matéria era encabeçada pela seguinte manchete: Sem apoio, badminton tem atletas em lista de barrados por dívida de R$9mil (clique aqui para acessar a matéria).

Nada do que está escrito lá me surpreende. Afinal, no texto está escrito "... a entidade se encontra com uma dívida em torno de R$ 9 mil e sem dinheiro em caixa para pagar. Sem patrocinadores e sobrevivendo unicamente com a verba da Lei Agnelo/Piva, que não pode ser usada em pagamento de multas, a Confederação viu sete de seus principais nomes em atividade serem incluídos em uma lista de barrados em torneios internacionais. Inclusive nos classificatórios para os Jogos de Londres." mas muito me surpreende acontecer o que aconteceu nas vésperas dos Jogos de Londres 2012, quando o Brasil está perto de chegar a uma conquista inédita em sua história esportiva, com Daniel Paiola muito próximo da vaga olímpica.

Não criei esse texto para criticar os atletas que se enquadram na lista de barrados, afinal eu também estou nela por não participar do torneio Brazil International, realizado em setembro de 2011, em São Paulo. Se os WO's aconteceram, é porque todos os atletas tiveram uma boa razão.

O que me surpreende é que no Brasil as outras confederações correm atrás de seus patrocínios e recursos. É só vermos casos de CBF (futebol), que coleciona patrocínios, como Nike, Itaú, Vivo, Guaraná Antártica, entre outros. A CBV (vôlei), por sua vez conta com patrocínio da Olimpikus, Banco do Brasil, GOL Linhas Aéreas e mais algumas. A CBB (basquete) é patrocinada pela Nike, Eletrobrás, Bradesco entre outros. Mas aí eu penso que terá aquele cara chato que vai fazer aquela mesma comparação de sempre: Mas o badminton é pequeno no Brasil, não tem a mesma visibilidade dos outros esportes. Sim, isso é verdade, mas estamos fadados a ficar na sombra dos grandes esportes? Por que o badminton não pode ser grande? Na Inglaterra onde a paixão pelo futebol é enorme, não existe um cidadão sequer que não saiba o que é badminton. Mais: A imprensa esportiva sempre tem em sua pauta uma matéria sobre badminton, seja ela em um jornal impresso ou audiovisual. Na Ásia, pelo que me disseram, partidas de badminton são transmitidas pela televisão e todos vão a bares, assim como nós vamos aos butecos ver os jogos da Seleção Brasileira de Futebol em telões. Ou seja, o badminton nestes países está sempre em evidência. Ou seja, todo mundo sabe da existência do esporte. Seja quando um grande resultado é alcançado ou fracasso acontece. O que torna as coisas muito mais fáceis para se conseguir um patrocinador, investidor, parceiro etc.

É sabido que a Cbbd passa por uma fase de transição e conta com uma pessoa que não podemos chamar de Presidente, mas está fazendo o trabalho de um, dentro de suas limitações. O que me chama a atenção, porém, é que desde que comecei a jogar competitivamente, em 2007, nunca fizeram mudanças significativas no site da confederação é nunca ninguém lá de dentro se importar em buscar recursos para o esporte. Eu me lembro que após o Pan07, quando o Brasil conquistou a primeira medalha (de bronze, com Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo), era dito por aí que o investimento no badminton dobraria, sairia de um investimento de 0,5% para um investimento de 1% por ano do COB através da lei Agnelo/Piva. Se isso é mentira, não sei. Se é verdade, também não sei. Mas se nosso esporte está vivendo com essa baixa condição financeira, já passou da hora para corrermos atrás.

Sem patrocinadores e sobrevivendo unicamente com a verba da Lei Agnelo/Piva, que não pode ser usada em pagamento de multas, a Confederação viu sete de seus principais nomes em atividade serem incluídos em uma lista de barrados em torneios internacionais. Inclusive nos classificatórios para os Jogos de Londres."

Que fique claro que não estou criticando os atletas da seleção nacional que deram WO. O intuito deste texto é tornar (mais) conhecido o problema financeiro do badminton e a "preguiça" em angariar fundos para o desenvolvimento do esporte.

Como já disse lá em cima, estou na lista de atletas com pendência para com a entidade. Até o final da próxima semana resolverei o problema.

E agora é isso aí, faltam 5 ou 6 meses para as Olimpíadas, não temos presidente, não temos dinheiro e nossas chances de classificação estão reduzindo. Só deixo aqui meu apoio a TODOS os atletas do Brasil que sabem dos problemas enfrentados e que de uma forma ou de outra afetam o badminton, e que não desanimem jamais. O esporte é muito maior que isso.


Correções, críticas, comentários SERÃO SEMPRE ACEITOS neste blog, no espaço destinado para tais.


2 comentários:

  1. Boa iniciativa Foca.
    Isso é lamentavel para um esporte que está crescendo cada vez mais, mais tudo isso foi fruto de más administrações. E enquanto nao tivermos um PRESIDENTE(pois temos um interino) rodeados de pessoas que querem que o esporte realmente cresça, creio qeu que isso nao irá mudar.

    Abraços Couto

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  2. Celso, obrigado pela leitura e pela correção. Ela já foi feita!

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