sexta-feira, 2 de março de 2012

Finalmente, as eleições...

Saiu hoje, no portal da Folha, uma matéria muitíssimo interessante sobre a questão política do nosso Badminton. Finalmente, após quase um ano com 2 interventores diferentes, a justiça determinou que sejam feitas eleições para escolher a nova diretoria da Cbbd(Confederação Brasileira de Badminton).

A entidade que rege o badminton estava sem presidente após o gestor na época, Celso Wolf Jr cair do cargo pela não-realização de Assembléia. As contas, de acordo o Celso, foram aprovadas pelo COB, pelo Conselho Fiscal e por Auditoria Externa.

Acho que o badminton ja se prejudicou muito em 2011 com essa dança das cadeiras. O que me deixa feliz é saber que os atletas não estão sendo muito afetados (ou até nem estão sendo afetados), tanto é que o Brasil conseguiu um Bronze inédito em Guadalajara com o Daniel e as meninas conseguiram uma também inédita medalha de bronze na Etapa Qualificatória das Américas da Uber Cup 2012. Porém vale lembrar que ninguém gosta de ver que a casa está uma zona, sem ninguém tomando conta. O Manuel Gori, que é presidente da Febasp (Federação de Badminton do estado de São Paulo) não conseguiu se manter no cargo de interventor, também por irregularidades, e no lugar dele assumiu uma pessoa que nada sabe do badminton. Não tenho nada contra, que isso fique claro, mas acho que todos gostariam de ver alguém realmente relacionado com o badminton ocupando o cargo de Presidente da Confederação Brasileira de Badminton, né?

Abaixo, segue a íntegra da matéria da Folha

O juiz Fabrício Reali Zia, de Campinas, determinou nesta terça-feira que a CBBd (Confederação Brasileira de Badminton) realize eleição para presidente em 45 dias.


A CBBd está sob intervenção desde maio do ano passado devido às irregularidades na prestação de contas do último presidente, Celso Wolf Jr. As contas, posteriormente, foram aprovadas.

O presidente da Federação de Badminton do Estado de São Paulo, Manoel Gori, foi interventor da CBBd por quase três meses, mas foi destituído do cargo devido às irregularidades no comando.

Apesar das dívidas da CBBd atualmente (cerca de R$ 40 mil), o atual interventor, o advogado Alexandre Sampaio, concorda que não há mais motivos para ele comandar a entidade.

"As federações pediram a eleição e o juiz me perguntou se tinha motivos jurídicos para manter a intervenção. E não há. Identificamos vários erros, há muito o que arrumar, mas o melhor é entregar. Afinal, a prestação de contas foi aprovada. Já poderia ter acabado [a intervenção] em dezembro, após a assembleia", explica Alexandre Sampaio.

DÍVIDAS

As dívidas atuais da CBBd dizem respeito a dois empréstimos: um do Comitê Olímpico Brasileiro (R$ 34 mil) e outro de um "amigo" da entidade (quase R$ 6 mil).

O "amante do esporte", como diz Sampaio, pagou R$ 5.820 à BWF (Federação Mundial de Badminton) por 18 multas que impossibilitam sete atletas da seleção brasileira de jogar competições internacionais. As taxas pendentes eram em razão da ausência de atletas (W.O.) em duas competições no exterior em maio e julho.

A dívida de R$ 34 mil com o COB foi feita "para pagar erros da gestão anterior". A irregularidade seria a dispensa de um alto funcionário sem aprovação das contas na gestão do interventor Manoel Gori.

Ainda há uma outra pendência no COB. A Confederação de Badminton comprou passagens aéreas no valor de R$ 35 mil para a disputa do Pan Júnior na Jamaica sem a devida licitação, como determina a lei, durante a gestão de Gori.

O caso ainda está sob análise do COB, que pode aprovar a compra das passagens sem licitação feita pelo ex-interventor. Por esse motivo, esses R$ 35 mil ainda não são considerados uma dívida atual da CBBd, mas podem vir a ser no futuro. Sampaio não quis comentar o assunto até decisão final do COB.

Desde janeiro, o COB trabalha junto à CBBd em um planejamento estratégico para a entidade. O projeto e o suporte técnico devem ser mantidos após a eleição, de acordo com Sampaio, que deseja fazer um período de transição na entidade.

"Saio preocupado com o futuro do badminton no Brasil. Se não transformarem a gestão da confederação em gestão de empresa, nunca vão ter patrocínios, dinheiro ou evolução", conclui o atual interventor.

Hoje a Confederação não tem patrocínios. Sobrevive apenas da verba anual da Lei Piva (R$ 1,5 milhão), que não pode ser usada para pagar multas ou empréstimos, por exemplo.

PRÓXIMO PRESIDENTE

Nove das 16 federações --autoras do pedido de eleição-- já se reuniram para lançar chapa única. O candidato deve ser Francisco Ferraz, 33, ex-presidente (2005 a 2009) e atual coordenador de projetos da federação do Piauí.

"Sou o nome mais forte e seria fascinante [ser candidato único à presidência da CBBd]. Hoje o badminton está muito rachado, clima tenso por causa das intervenções. A candidatura única transmitiria união. Claro que estou disponível", afirma Ferraz.

O ex-presidente Celso Wolf Jr. é o único que não pode concorrer no pleito atualmente. Por determinação da Justiça, ele está inelegível por dez anos. Se até as eleições ele conseguir um recurso, poderá concorrer.

Além da CBBd, ainda estão sob intervenção da Justiça os Desportos no Gelo e o Tiro Esportivo. Já a Confederação de Vela e Motor está sob intervenção do COB desde 2007.


Só nos resta torcer que assuma o cargo da presidência uma pessoa que zele pelo nosso esporte e não meça esforços para fazer uma gestão transparente e eficiente.

Viva o BADMINTON!

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